Memória Indígena é abordada no TRT8

— Foto: ASCOM8

 

Como parte da programação da 9ª Primavera de Museus, promovida nacionalmente pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), o Memorial Juiz Arthur Francisco Seixas dos Anjos, do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, realizou nesta quinta-feira (24), o Seminário “Memória Indígena: Trabalho Indígena e suas transformações”.

O evento foi aberto pela Desembargadora Sulamir Monassa, Curadora do Memorial, e trouxe como palestrante a Profª. Márcia Wayna Kambeba, geógrafa e professora da Universidade Estadual do Pará - UEPA. Estiveram presentes do evento o Desembargador Vicente Malheiros e, representando a AMATRA8, a presidente Claudine Rodrigues, Juíza Titular da 19ª VT de Belém.

O Seminário segue o tema “Museus e Memória Indígena”, proposto pelo IBRAM para a Semana e, conforme destacou a Desembargadora Sulamir Monassa durante a abertura, “essas comemorações, mais do que justas, são para dizer obrigado por terem conservado a terra, por terem usado a terra de forma simples mas dentro de uma realidade sem feri-la. Nós só temos que dizer obrigado ao povo Kambeba/Omágua, obrigado a todas as culturas indígenas, todas as ramificações”.

A palestra trouxe aos presentes, o conhecimento sobre o processo de resistência do povo indígena, a importância de se reconhecer como parte deste povo e os detalhes da cultura de diversas etnias, demonstrados através da dança, da música e da vestimenta. A palestrante destacou ainda a importância da luta pela afirmação e reconhecimento dos saberes indígenas. “Se reconhecer parte integrante de uma população, aí está o diferencial, é o autorreconhecimento enquanto indígena, enquanto nação, porque independente de onde estiver, eu carrego em mim o pertencimento e a identidade de ser quem sou. Não deixo de ser indígena por não estar na aldeia.”, afirma.

O evento reuniu estudantes das Escolas Anísio Teixeira, Augusto Montenegro e Waldemar Ribeiro, e proporcionou a eles o contato direto com a cultura indígena, através da exposição “Memuera Tuyuca(Filhos da Terra): Identidade, Cultura e Memória do Povo Ómagua Kambeba”, montada no andar térreo do TRT8, onde está sendo realizada inclusive pintura corporal de várias etnias.

Para a Professora Márcia, trazer este tema para os estudantes foi muito gratificante. “É um prazer imenso estar aqui, falando da cultura indígena, trazendo as nossas memórias, a nossa cultura rica de tantas coisas que muitas vezes se desconhece por não procurar saber. Ter esta juventude presente, estas escolas, é importante porque hoje a palavra é a nossa flecha, é a nossa arma e nós a usamos para chegar até as pessoas, fazendo com que elas compreendam a partir do nosso olhar, da nossa visão de mundo, este universo indígena”, declarou.

A estudante Evelyn Peniz considerou o mais importante “a valorização da cultura indígena que, na verdade, é a nossa cultura, a nossa raiz. Não podemos esquecer disso. Tantas culturas tentam nos tirar deste foco e nós devemos valorizar a nossa raiz”, afirmou.

A exposição permanecerá montada durante a sexta-feira (25) e nela também podem ser adquiridos produtos fabricados pelos povos indígenas.

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