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O Tribunal Regional da 8ª Região recebeu na manhã desta quinta-feira (10) o coral de crianças e adolescentes do Projeto Anjos da Guarda, para apresentação do Musical 'Natal dos Anjos', acompanhado pela Banda da Guarda Municipal de Belém.
O projeto Anjos da Guarda conta com o apoio da Prefeitura de Belém e da Guarda Municipal e desenvolve atividades esportivas e socioeducativas para crianças e adolescentes que vivem em condições de vulnerabilidade social. É uma estratégia de gestão comunitária em segurança pública municipal, na qual é ampliada a relação institucional e comunitária.
A coordenadora do Projeto Anjos da Guarda, Sílvia Borges, relata a história do projeto e como ela consegue atingir crianças e famílias com a única preocupação de construir um ser humano do bem: “A guarda municipal surge no cenário da segurança pública com a premissa da prevenção. Quando estamos com uma viatura em ronda nas ruas, ela já está prevenindo o crime, a violência. Quando a gente fala de um projeto social, estamos trabalhando a prevenção primária, interrompendo o ciclo da violência na sua origem. Então, é no contato mais aproximado com a família, com a comunidade, com a criança, que nós em muitas das vezes vamos trabalhar coisas que até dentro de casa estão fora de alcance, por conta da infraestrutura familiar. Já vimos algumas famílias destroçadas, temos crianças que chegam sem referência alguma, muitas das vezes nós viramos a referência de cidadania, ética, respeito, disciplina. Algumas crianças chegam com uma revolta do que elas são, do ambiente em que vivem e, aos poucos, com muita conversa, convívio com as outras crianças, começamos a resgatar a sensibilidade. Nosso trabalho nunca é isolado, trabalhamos com a família; sem esse apoio dificilmente conseguiríamos atingir o objetivo. Quando falamos em atender 120 crianças, não são apenas 120 pessoas, são 120 famílias, considerando que cada uma delas compõe cerca de 5 a 10 integrantes. Utilizamos a ação multiplicadora, o que é aprendido no projeto é repassado dentro de casa, então conseguimos atingir cada pessoa da família. É um trabalho de união que tem dado certo, graças a Deus”.
Segundo a integrante do coral, Stefany Santos, 11 anos, o projeto faz parte da sua vida, além de fazer com que ela possa vislumbrar um futuro dentro da Marinha do Brasil. “A guarda representa muito pra mim. Quando a minha mãe me matriculou, eu não queria participar, mas agora eu vejo que este projeto vai me ajudar muito no futuro, a profissão que quero é ser médica da Marinha. Então, eu já fico em contato com um pouco do dia a dia do que acontece. É uma alegria e um privilégio. Para cantar há um procedimento com a professora Sílvia que nos ajuda muito na voz, mostra o que é certo, é pro nosso bem, ela quer que a gente faça muito bonito pro público”.
Alex Maia, maestro da banda de música, conta como se sente participando junto com as crianças. “Pra nós é sempre uma honra fazer música, algo muito grandioso que vai além de qualquer descrição que eu dê aqui. Mas quando a gente consegue fazer essa integração com crianças, a gratificação é maior ainda, há uma preocupação com afinação, maneira correta de cantar, mas sempre acaba dando muito certo, pois há nestas crianças uma vontade enorme de dar o seu melhor. Eu me sinto muito realizado participando deste projeto e podendo acompanhar o passo de cada um”.
Diana Medeiros, Corregedora da Guarda, fala um pouco sobre o projeto com as crianças. “Neste momento, estamos representando o comando municipal. É um momento muito aguardado. Hoje nós alcançamos nosso objetivo, chegando até a comunidade. As crianças participam de competições, temos também atletas de alto rendimento no nível de jiu-jitsu que já conquistaram medalhas, temos campeões do intermunicipal. Sabemos que esse trabalho que o projeto desenvolve é uma semente que está sendo plantada, e talvez não venhamos a colher a curto prazo, é um grande processo que temos pela frente. Todo trabalho preventivo pensa o futuro. Essas crianças têm o espaço delas, onde além da prática esportiva, há dentro de sala de aula atividades sociopedagógicas de caráter preventivo. É um trabalho preventivo com a comunidade que chega aos lares. Essas crianças representam o futuro e conseguir trazer para o lado do bem, com certeza, muda o perfil da nossa cidade mais adiante”.
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