O mosquito Aedes Aegypti, popularmente conhecido como “mosquito da dengue”, está presente atualmente em todos os estados brasileiros e é responsável não só pela transmissão da dengue, mas também dos vírus da febre chikungunya e zica. Considerado pela Agência Europeia para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) uma das espécies de mosquito mais difundidas no planeta, o Aedes tem maior incidência em áreas urbanas, ao redor das residências.
Com hábitos diurnos, o mosquito deposita seus ovos em recipientes com água parada, e mesmo que os recipientes sejam esvaziados, os ovos podem permanecem inertes em locais secos por até um ano, e ao entrar em contato com a água desenvolvem-se. Por isso, é fundamental a conscientização da importância de cada indivíduo para que o ciclo de vida do mosquito seja interrompido.
Com o objetivo de contribuir com esta conscientização, o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região está realizando uma campanha interna, com o mote “Pai é quem cria. Não seja o pai desta criança! Elimine os focos do mosquito”.
Os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) mostram um aumento de 47,54% dos casos de dengue registrados até 30 de novembro deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso mostra, que apesar das campanhas anuais de combate à dengue, o mosquito continua se proliferando.
De acordo com os dados, Belém lidera o ranking, com 1.154 casos confirmados, seguido por Parauapebas com 369 casos e Altamira com 257 casos. Com relação aos vírus da febre chikungunya não há registros de transmissões ocorridas dentro do Estado. Os 14 casos confirmados no Pará em 2015 foram casos importados da doença. Com relação ao zica vírus, foram registrados 35 casos da doença.
O Coordenador Estadual do Programa de Controle de Endemias da Sespa, Bernardo Cardoso, em entrevista concedida à Ascom8, destaca que,para prevenir a contaminação é preciso seguir as recomendações passadas pelos meios de comunicação e pelos agentes de endemias que fazem as visitas em domicílio. “É necessária a colaboração de todos no que tange ao acúmulo de lixo e água em recipientes no quintal. Deve-se manter portas e janelas fechadas ou teladas. Os cuidados evitam a proliferação do mosquito”, afirmou.
Atenção aos possíveis criadouros
Neste período em que as chuvas tornam-se mais frequentes no Estado do Pará, Bernardo Cardoso destaca que é preciso estar mais atento. “No período de chuvas, a população precisa ficar ainda mais atenta para evitar a proliferação do mosquito, em decorrência da elevação dos focos de água parada. Cada um pode fazer sua parte e não deixar a água acumulada, nem que seja numa tampa de garrafa”, afirma.
Além dos recipientes mais conhecidos por acumulo de água parada, como piscinas, pneus, latas, garrafas e vasos de planta, Bernardo chama a atenção para possíveis criadouros que estão no interior das casas e muitas vezes as pessoas não percebem, que são as bandejas de água localizadas atrás das geladeiras, os ralos, vasos sanitários com pouco uso e box de banheiro. “Precisamos formar uma força-tarefa para combater o inimigo comum, o mosquito Aedes Aegypti”, conclama Bernardo Cardoso.