Com o Programa Adolescente Aprendiz do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região iniciando em 2016 seu quarto ano de atividades (o Programa foi instituído pelo Ato nº 343/2011, na gestão do Desembargador José de Alencar), os gestores das áreas que possuem jovens aprendizes reuniram-se nesta terça-feira (02), para avaliar o primeiro ano da segunda turma de jovens que integram o programa. A reunião foi conduzida pela Psicóloga do TRT8, Úrsula Gomes, que fez a seleção dos jovens e realizará um trabalho de acompanhamento com os mesmos.
Conforme destacou, esta reunião integra um trabalho maior. “Depois da observação desta avaliação, vamos reunir com todos os jovens aprendizes do Tribunal para discutir como está sendo esta experiência, saber qual o olhar deles, o que puderam aprender, o que observaram de crescimento pessoal e como isso está influenciando o projeto de vida deles. Faremos entrevistas individuais também, porque cada situação é particular. O que acontece na vida pessoal pode influenciar no trabalho e precisamos saber como podemos apoiá-los, sempre visando o crescimento pessoal e profissional, para que eles possam trilhar um caminho profissional de sucesso a partir daqui”, afirmou Úrsula.
Na reunião, cada gestor contou um pouco de sua experiência com relação aos jovens aprendizes e como eles têm agregado na equipe de trabalho. Para Herlon Pereira, Coordenador de Material e Logística (COMAT), quando receberam pela primeira vez os jovens aprendizes foi um momento de aprendizado para a equipe também. “Recebemos um jovem, que vem com uma responsabilidade, uma remuneração, tem o lado social também que é avaliado no momento da seleção, e não sabíamos ainda como iríamos recebê-los. Tinha a expectativa de como nós poderíamos solicitar as tarefas e repassar as orientações para eles, mas, desde a primeira experiência, foi surpreendente e superou as nossas expectativas, pelo nível de responsabilidade e de comprometimento”, destacou.
Atualmente o Tribunal possui 10 jovens aprendizes distribuídos na Diretoria Geral, Coordenadoria de Desenvolvimento de Pessoas (CODEP), Secretaria Administrativa (SEADM), Coordenadoria de Orçamento e Finanças (COFIN), Coordenadoria de Material e Logística (COMAT), Coordenadoria de Licitação e Contratos (COLIC), Secretaria de Tecnologia da Informação (SETIN) e Assessoria de Comunicação (ASCOM). Conforme ressaltou Waldenor Brito, Coordenador da COFIN, trabalhar com os jovens aprendizes têm sido uma grata surpresa.
Entre estes jovens está Jhon Alef dos Reis Barros, de 18 anos, que há pouco mais de um ano está vivendo sua primeira experiência como Jovem Aprendiz. Segundo ele, buscou esta oportunidade visando uma experiência para o mercado de trabalho. “Cursava o 3º ano de ensino médio pela manhã, ia terminar e ficar sem atividade neste horário, então soube do Programa de Aprendiz. Fiz o cadastro, participei da seleção com os outros, fui escolhido e a experiência está sendo muito gratificante”, afirmou. Para ele, que já cursa o primeiro ano da Faculdade de Administração, ao encerrar o contrato de aprendizagem, os objetivos para o futuro são fazer concurso público e se tornar servidor.
A Diretora Administrativa do Tribunal, Regina Uchôa destaca que ter jovens aprendizes na equipe é muito positivo e um aprendizado. “A gente aprende com eles e eles conosco. É uma influência positiva de como se portar no ambiente de trabalho e até faz com que policiemos nossas atitudes para não passar influências negativas para o jovem aprendiz. É um aprendizado de mão dupla.”, afirma.
Programa proporciona um olhar para o futuro
Para a jovem Aloma Soares, que atuou no TRT8 como jovem aprendiz de janeiro de 2013 a janeiro de 2015, esta oportunidade foi essencial. “A experiência que tive no Tribunal foi excepcional, algo único, que estou levando para minha vida inteira. Todos deveriam ter essa experiência, pois além de preparar para como se portar no mercado de trabalho, prepara também a responsabilidade, o psicológico, a maturidade e a humildade, no âmbito pessoal. Foi difícil no começo me adaptar à rotina e ao comportamento formal, mas meus pais e gestores sempre estavam me apoiando, me ensinando e me incentivando. A Nilze Sampaio, minha gestora, foi uma das pessoas que mais me auxiliou dentro do TRT8, me mostrou como fazer algo e depois deixou que eu fizesse sozinha, com a supervisão dela, claro. Isso, ao longo do tempo, foi me dando confiança, o que resultou na minha autoconfiança e autoconhecimento”, afirma.
A vontade de trabalhar e a necessidade de ajudar financeiramente sua família foram os fatores decisivos que levaram Aloma a ingressar no Programa Adolescente Aprendiz. Após dois anos de contrato, focou nos estudos e hoje colhe os frutos. “Meus planos, após o fim do contrato, foram de focar nos estudos. Ajudei a pagar minha escola desde o primeiro ano de contrato, após ter guardado o dinheiro do fim do programa de aprendizagem, investi no meu convênio. Mesmo tendo uma bolsa parcial na escola, ficava pesado para meus pais e avós, então, com dinheiro da bolsa, ajudava a pagar mensalidade, alimentação, material e passagem de ônibus. Assim consegui concluir com êxito meu convênio e fui aprovada no vestibular da UFRA e da UEPA, na qual cursarei Enfermagem. Sou a primeira da família a cursar uma faculdade pública, o que é motivo de muita alegria e conforto, pois todo investimento na educação teve um retorno, o qual talvez não teria conseguido com tanto êxito se não tivesse tido essa experiência no TRT8”, conclui.