A inauguração do Centro de Memória do Fórum Trabalhista de Ananindeua, na sexta-feira (11), foi marcada pela presença de diversas autoridades. O Presidente do TRT8, Desembargador Sérgio Rocha, a Vice-Presidente e Curadora do Memorial da Justiça do Trabalho, Desembargadora Sulamir Monassa de Almeida, Desembargadora aposentada Maria Joaquina Siqueira Rebelo, os Juízes Titulares de Varas do Trabalho do Fórum de Ananindeua, Angela Maués - 1ª VTA e Diretora do Fórum, Tereza Cristina Aranha - 2ª VTA e Marco Plínio Aranha - 3ª VTA, além do Juiz Vanilson Malcher, Vice-Presidente da AMATRA8 e da Juíza do Trabalho Substituta Nágila Quaresma, prestigiaram o evento, assim como a advogada Kátia Cilene Oliveira de Almeida, representando a OAB/Subseção Ananindeua e a senhora Elineide Correa de Oliveira, gerente do posto de atendimento da Caixa no Fórum de Ananindeua, bem como os servidores da Justiça no município.
Para o Presidente do TRT8, manter Centros de Memória da Justiça do Trabalho é um dever constitucional. Segundo ele, não se tratam de espaços para ficar esquecidos, visto que a memória da Justiça do Trabalho é fundamental como registo de uma época, não só do ambiente de trabalho como da vida nas localidades onde a Justiça se faz presente.
A Diretora do Fórum de Ananindeua, juíza Angela Maués, ressalta que a vida do cidadão não se resume à relação capital e trabalho, e que no dia a dia da Justiça do Trabalho o magistrado busca o conhecimento das relações sociais, do ambiente que o trabalhador vive... e essa história pode ser encontrada nos livros de registros, atas de audiência, em processos que tiveram maior repercussão. É uma história que se perpetua.
A Desembargadora aposentada Maria Joaquina Siqueira Rebelo, primeira Presidente da então Junta de Conciliação e Julgamento de Ananindeua, também compareceu e relembrou o início das atividades da JCJ de Ananindeua, instalada no ano de 1993. “Na época, a gente ainda começou a trabalhar em um prédio alugado, que ficava na BR-316. Lembro que muitos advogados, sabendo que a Junta iria inaugurar, esperaram para entrar com as suas ações. O resultado foi que, logo na primeira semana de atividades, nós já tínhamos cerca de 400 processos. Lembro que o movimento processual na Junta era muito grande. Eu fazia uma média de 30 audiências por dia, mas tinha a ajuda de dois bons juízes classistas, que me auxiliavam bastante. Tínhamos muitas ações referentes a planos econômicos e, para acelerar os trabalhos, nós julgávamos em blocos de 10. O que dava uma maior celeridade”, contou a magistrada.
Entre as fotos, mobiliários, máquinas e documentos históricos presentes no Memorial estão os primeiros processos recebidos em cada uma das Varas Trabalhistas de Ananindeua, inclusive os primeiros processos eletrônicos, recebidos em outubro de 2012.
Uma curiosidade veio à tona durante as pesquisas da equipe do Memorial da Justiça. Por ocasião da classificação do material que comporia o Centro de Memória de Ananindeua, percebeu-se que o primeiro processo da 1ª VT de Ananindeua continua ativo, trata-se de uma reclamação movida por trabalhadores contra a antiga indústria de polpas de frutas AMAFRUTAS.
Para a Desembargadora Sulamir Monassa, Vice-Presidente doTRT8 e Curadora do Memorial da JT8, o apoio da Presidência do TRT na expansão dos Centros de Memória da Justiça do Trabalho foi fundamental. “É importante porque acadêmicos, estudantes, advogados e a sociedade em geral terá um espaço aqui mesmo em Ananindeua para poder realizar suas pesquisas e estudos sobre a história do trabalho e economia da região, contados através destes documentos e registros”, acrescentou a Desembargadora.
O Centro de Memória de Ananindeua é o primeiro instalado fora da sede da Justiça do Trabalho, em Belém, onde funciona o Memorial Juiz Arthur Francisco Seixas dos Anjos. A expectativa da Curadora é de que também sejam instalados Centros de Memória nos Fóruns Trabalhistas de Macapá (AP) e Abaetetuba (PA).
O Centro de Memória de Ananindeua fica no primeiro andar do Fórum Trabalhista de Ananindeua, localizado na Rua Cláudio Saunders, nº 1110 (antiga Estrada do Maguari). A visita ao espaço poderá ser realizada das 9h às 13h.