Magistrados debatem administração judiciária e m​e​io ambiente de trabalho

— Foto: ASCOM8

 

No segundo dia da programação da IV Semana Institucional do TRT8, os magistrados participaram das palestras “Administração Judiciária”, proferida pelo Juiz Federal de Minas Gerais, Carlos Henrique Haddad, e a palestra “Fatores Psicossociais no Ambiente Laboral do Poder Judiciário: análise e interações”, com o Juiz Titular da 5ª Vara do Trabalho de Macapá, Francisco Milton Araújo Junior.

A primeira palestra trouxe ao público informações sobre administração que podem ser aplicadas ​à​s ​Varas do ​Trabalho e foi apresentado o modelo de gestão judicial experimentado pelo palestrante quando estava ​à frente da 1ª Vara Federal da Subseção de Montes Claros/MG. De acordo com o que apresentou, o modelo de gestão é formado por cinco componentes: estrutura, estratégia, calendário de atividades, rotina e indicadores, tendo detalhado cada um deles. 

Conforme destacou Carlos Haddad, “o magistrado é um bacharel de direito, que frequentou uma faculdade de direito e que​,​ na maioria das vezes​,​ não tem nenhum conhecimento sobre a ciência da administração, por isso minha pretensão foi dar umas pinceladas, passar um verniz sobre esse tema, e mostrar para eles que a administração hoje é essencial para a justiça. Embora julgar seja a atividade essencial do juiz, hoje isso já não é mais suficiente. É necessário que o juiz comece a administrar seus processos, melhor gerir a sua equipe, para poder alcançar resultados mais produtivos”.

No período da tarde, os debates ficaram por conta da experiência do Juiz Francisco Milton com sua tese de doutoramento, onde apresentou dados relacionados ao que vêm pesquisando sobre a qualidade e bem-estar no ambiente judicial de trabalho. Através de depoimentos coletados na pesquisa, mostrou aos magistrados diversas situações problemáticas vivenciadas em diversos campos da vida por pessoas que atuam neste ambiente de trabalho. 

Destaca que essa pesquisa envolve aspectos relacionados aos magistrados, aos servidores e aos procuradores do trabalho. “A coleta de dados foi de natureza objetiva e de cunho estatístico​,​ na qual os colegas, de forma voluntária e anônima, ingressavam em uma plataforma on-line e alimentavam o sistema de acordo com as perguntas. Com isso produzi dados estatísticos e​,​ depois que esses dados foram tratados, realizei uma pesquisa de campo com as entrevistas. Já estamos num momento de validação e fechamento da pesquisa para poder dar o passo seguinte​,​ que seria a escrita da tese​,​ de acordo com a orientação”, explicou sobre o andamento do trabalho.

Fruto da licença cultural ​concedida​ pelo TRT8, acredita que apresentar o trabalho aos colegas magistrados foi importante para a reflexão. “Receber o cumprimento dos colegas, o agradecimento e o interesse pelos dados, de declarar que se olham nos dados, foi muito importante. E o objetivo é não só encontrar os problemas, mas trazer a reflexão e a busca de uma possível solução. Tenho uma extrema gratidão ​à​ administração do tribunal por esta oportunidade de estar estudando o ambiente judicial de trabalho”, declarou

Para a Juíza Substituta Márcia Domingues, “os temas na verdade estão conosco diariamente, seja na nossa vida, seja na vida dos servidores das varas e mesmo do jurisdicionado. Acho que esse foi um momento de reflexão, um tempo em que se pôde parar, com calma e refletir. Além de trazer novidades que esses profissionais puderam nos atualizar da melhor forma possível”.

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