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No próximo 28/02 é o Dia Mundial de Combate a LER (Lesões por Esforços Repetitivos) também conhecida como DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho). A LER/DORT é uma síndrome clínica que atinge cerca de 3,5 milhões de trabalhadores no Brasil e traz vários sintomas como dor, formigamento, queimação, dormência, fadiga, sensação de peso que atingem principalmente o pescoço, cintura escapular e membros superiores do trabalhador que sofre com isso. Esses sintomas podem ser simultâneos ou não.
A sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular por esforços no trabalho e a falta de tempo de recuperação das mesmas são os principais fatores para o desenvolvimento da LER/DORT, porém não são os únicos. Estresse, tensão muscular e invariabilidade de ações também são fatores para LER/DORT.
As pessoas que trabalham repetindo muitas vezes o mesmo movimento, digitam demais e passam muitas horas sentadas, estão mais propensas a desenvolver as lesões relacionadas ao trabalho. E essas condições são conhecidas por Bruna Azevedo, secretária de audiências da 11ª VT de Belém. Nova no cargo, ela diz que ainda não desenvolveu problemas, mas que algumas dores aparecem às vezes em decorrência da posição contínua. “Eu tenho consciência que é uma função que tem que haver um revezamento. O outro secretário, que era muito experiente ficou cinco anos na função e saiu com tendinite por conta disso” contou.
Elizabeth Figueiredo trabalha na 5ª VT de Belém, como Secretária de Audiências, faz 20 anos. Beth conta que no ano passado fez fisioterapia para descomprimir as vértebras do pescoço e reforçar o músculo. “Tenho 50 anos, apesar da correria da sala de audiência, passei por uma cervicobraquialgia, que não foi causada só pela digitação, mas por uma soma de fatores como, postura, estresse, sedentarismo, idade. Agora eu conto o tempo de digitação, faço um intervalo, alguns exercícios para alongar o músculo e volto a trabalhar. Também tento manter o estresse longe, pois os processos não vão acabar nunca”, finaliza a secretária.
A médica do trabalho, Sheyla Mendes, da Coordenadoria de Saúde do TRT8 - CODSA, destaca que a prevenção das LER/DORT além da construção de ambientes de trabalho saudáveis e a eliminação das condições que levam ao seu aparecimento, dependem de vários agentes. “O resultado de um programa de prevenção de agravos decorrentes do trabalho depende da participação e compromisso dos atores envolvidos: direção, cargos de chefia, trabalhadores e profissionais da saúde e de serviço de segurança do trabalho” comentou.
Ela também ressalta a importância do diagnóstico precoce, de tratamentos em conjunto e adequados para a LER/DORT. “A abordagem envolve a participação de equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, devendo ser estabelecido um programa com objetivos gerais e específicos do tratamento e da reabilitação para cada caso”, explicou.
A CODSA encomendou 840 unidades de Mousepad para serem distribuídos entre as áreas mais afetadas pela LER/DORT, inclusive para fora da Sede.
Não deixe de fazer os exercícios laborais para evitar o desenvolvimento de LER/DORT e confira alguns fatores que ajudam no tratamento adequado delas.
- Uso de anti-inflamatórios, acompanhados ou não de relaxante muscular e infiltração local de anestésicos, uso de gelo e afastamento das atividades laborais e extralaborais que exijam movimentação e posturas dos membros superiores que os sobrecarreguem;
- Medidas de fisioterapia e aplicação de recursos como alongamentos, automassagem e relaxamentos podem ser realizados em abordagens grupais;
- Terapias complementares como acupuntura, homeopatia, do-in, shiatsu;
- Apoio psicológico;
- Formação de grupos terapêuticos, incluindo socialização da vivência do adoecimento e da incapacidade, discussão e reflexão sobre os temores e dúvidas dos pacientes em relação ao adoecimento e às dificuldades encontradas no estabelecimento do diagnóstico, tratamento e reabilitação.
Dúvidas
Lembre-se que a Coordenadoria de Saúde do TRT8 está disponível para quaisquer esclarecimentos adicionais no e-mail codsa@trt8.jus.br ou telefones: 4008-7027 e 4008-7068