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No período entre 28 e 31 de abril ocorreu o Ciclo de Estudos da EJud - 1º Semestre. O evento, que teve a participação de magistrados, servidores e estagiários, trouxe temas de relevância para o judiciário, e foi aberto com mesa composta pela presidente do TRT8, desembargadora Suzy Koury, pelo corregedor-regional, desembargador Walter Paro, pelo Diretor da EJud, desembargador Gabriel Velloso Filho, além do procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Hideraldo Machado.
Em seu pronunciamento, a desembargadora Suzy Koury destacou a qualidade do evento elaborado pela EJud. “Esse evento foi muito bem desenhado pelo desembargador Gabriel e pela Escola. Nós estamos cuidando ao mesmo tempo da nossa mente e do nosso corpo, porque nós estamos aliando palestras que dizem respeito à saúde mental e física com ensinamentos jurídicos, questões novas e relevantes [...] Eu queria parabenizar a Escola Judicial por ter um evento que me surpreendeu muito positivamente com essa combinação de palestras que se destinam não só a cuidar da parte jurídica, mas a cuidar também do corpo e da mente”.
O desembargador Gabriel Velloso Filho ressaltou a importância da participação dos juízes no ciclo. “Foi um evento planejado com bastante carinho, com bastante cuidado, para o qual todos juízes que estão aqui presentes estão convidados a participar e também se manifestar, a escola está aberta a receber sugestões, já utilizamos algumas sugestões para esse evento e outras podem ser incorporadas. Eu gostaria que, ao final desta semana, todos nós tenhamos cumprido além desse objetivo de qualificação e voltarmos revigorados ao nosso trabalho”, destacou.
A palestra de abertura foi da psicóloga do TRT4, Caroline Bertolino, que tinha como tema “Saúde Mental e Mindfulness” que abordava tanto a saúde quanto o bem estar emocional. O bem estar emocional está ligado a diversos fatores, entre eles o foco. Segundo Caroline, se estamos focados em nossas atividades, sejam laborais ou de lazer, estamos com bem-estar. Ela ressaltou também a hiperatividade e a apatia como alguns dos indícios de desequilíbrios na saúde mental. Em seguida, Caroline Bertolino explicou ao público um pouco mais sobre mindfulness, que é uma qualidade de atenção que todos temos, mas precisamos exercitar através da prática de meditação, "a meditação do mindfulness tem a capacidade de despertar e gerar mais atenção e motivação e pode ser feita em qualquer lugar a qualquer momento".
A segunda palestra do dia também trouxe a saúde mental como tema. O psicanalista e psicólogo do TRT2, Bruno Leal Farah, falou em sua palestra sobre “Saúde Mental do Trabalhador no Mundo Moderno”. Bruno destacou que 50% dos trabalhadores sofrem com o trabalho, mas mesmo assim são produtivos e conseguem trabalhar ainda que às custas de sua saúde, por isso a importância de se observar esse trabalhadores, além dos 20% que são diagnosticados com alguma doença mental. “O que estamos vendo são pessoas com muito mais sofrimento e, o que é mais preocupante, é que estamos olhando muito para os 20% de pessoas que estão com esse sofrimento estampado, já afastadas com a psicopatologia já diagnosticada. [...] 50% de nós sofre muito no trabalho e estão produzindo muito bem, mas, para isso, o custo com defesas psicológicas, de um risco altíssimo para a saúde psíquica, são acionados, mas ninguém está vendo”, destacou.
Às 12h30 houve o Lançamento de livro "Poluição Labor-Ambiental", do juiz do trabalho titular da 2ª VT de Macapá, Ney Stany Maranhão. O momento foi prestigiado por familiares, magistrados e servidores. O livro é fruto das pesquisas realizadas pelo magistrado quando do doutorado realizado no curso de Direito, da Universidade de São Paulo. O tema faz a conexão entre meio ambiente e trabalho dentro de uma figura constitucional que é o meio ambiente do trabalho. A pesquisa gira em torno de aspectos variados do meio ambiente do trabalho, aspectos laborais, aspectos técnicos e aspectos principalmente humanos ou psicológicos. Busca uma abordagem holística, envolvendo aspectos não só do corpo, mas aspectos de proteção do corpo físico, como também uma proteção que envolva a mente, a saúde mental.
Segundo o magistrado, “a tese converge para uma perspectiva de que também seria poluição do meio ambiente do trabalho, degradações que envolvam afetações da saúde e da segurança do trabalhador, tanto no aspecto físico como mental. Essa foi a novidade trazida e só foi possível porque o TRT8 me concedeu dois anos para me dedicar a esses estudos, daí a minha gratidão a todos os magistrados e ao próprio tribunal a essa rica oportunidade” concluiu Ney, acompanhado de familiares e amigos.
A parte da tarde foi preenchida com o Workshop Formação em Gestão das Emoções – Equilíbrio emocional / Comunicação assertiva, conduzido pela psicóloga do TRT4 Caroline Bertolino, exclusivo para magistrados. A psicóloga mostrou que a comunicação faz parte da vida, tendo como função primordial promover a conexão e a cooperação, afinal o ser humano é um ser social e precisa se sentir acolhido. Segundo ela, “se aprendermos a nos comunicar de uma forma que seja empática, entendendo o mundo do outro e o referencial do outro, e se a gente também se conhece a ponto de saber quais são as nossas necessidades e percebermos que as pessoas não são as responsáveis pelas nossas necessidades não atendidas, permitiremos que se estabeleçam mais vínculos e, dessa forma, vamos nos relacionar melhor. As pessoas, naturalmente, vão querer colaborar com a gente, porque elas vão se sentir cuidadas. Podemos ver que o magistrado também tem um papel de gestão, um papel central na satisfação dos servidores, então, se existe uma qualidade na comunicação que permita essa construção de vínculo, a cooperação e o engajamento vai ser muito maior e a função do trabalho vai ser atendida, pois se for possível perceber a necessidade das partes, a conciliação também vai ser atendida”, afirmou Caroline.
Veja as fotos do Ciclo de Estudos da EJud aqui.