
O TRT8, em parceria com a UFPA, realizou nesta sexta-feira (17) mais uma edição do CineClube TRT8/UFPA. O projeto foi desenvolvido pela Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT8, em parceria com o curso de Bacharelado em Cinema na UFPA. Nesta sessão o CineClube trouxe para apresentação e debate o documentário “Marajó das Letras - os abridores de letras da Amazônia Marajoara” e o curta metragem “Ribeirinhos do Asfalto” ambos produção paraense abordando a realidade dos moradores da região do Marajó e das ilhas no entorno de Belém.
Cerca de 200 alunos das escolas públicas Presidente Costa e Silva e Waldemar Ribeiro, além de alunos de escolas que se situam no bairro do Benguí e fazem parte do Projeto Acadêmico Padrinho Cidadão, participaram da sessão. A desembargadora Zuíla Dutra, falou para os alunos presentes sobre a grande oportunidade que eles tiveram ao estar presentes na sessão. “Com certeza esses filmes trarão para vocês crescimento cultural e crescimento pessoal e, sem dúvida alguma, muitos outros alunos gostariam de estar aqui nesse momento, mas vocês foram os escolhidos, então aproveitem essa oportunidade que vocês têm e fiquem atentos aos filmes”, ressaltou a magistrada.
O primeiro filme apresentado durante o dia foi o “Ribeirinho do asfalto", que, por meio de uma história fictícia mostra a história de uma jovem ribeirinha (Deisy) que sai da Ilha do Combu para morar em Belém contra a vontade do pai. O filme, muito aclamado pela crítica, tem direção de Jorane Castro e foi vencedor de duas categorias no festival de cinema de Gramado. Já o documentário" Marajó das Letras - os abridores de letras da Amazônia Marajoara", traz a realidade de homens que desenham ou, como é chamado na região, “abrem” as letras que dão nome nos barcos da região. "Marajó das Letras” tem direção e produção de Fernanda Martins e Sâmia Batista.
Para a diretora do filme Marajó das Letras, Fernanda Martins, que esteve presente na sessão do Cine Clube TRT8/UFPA, o filme, além de mostrar o ofício dos abridores de letra, evidencia também a relação entre as antigas e novas gerações. “O que mais chamou atenção foi a questão de que há uma mudança tecnológica que está acontecendo no mundo, mas que acontece lá também. E coloca os jovens numa posição diferente dos antigos, que têm uma tradição do abrir letra, e essa nova tradição não é um embate, ela tem que unir os conhecimentos e criar uma cultura marajoara nova”, destacou a diretora.
A coordenadora do projeto de extensão CineClube TRT8/UFPA, professora Angela Gomes, falou sobre a importância do projeto para o desenvolvimento da arte audiovisual. “O objetivo do projeto também é fazer que essa arte do cinema e do audiovisual seja mais próxima de vocês. Quem sabe a gente descobre algum talento e estimula também o interesse de vocês pelo audiovisual, pelo fazer do audiovisual e não só que vocês sejam a plateia”, afirmou.
O juiz Vanilson Fernandes, além de juiz substituto na 8ª região, é estagiário do projeto de extensão Cine Clube TRT8/UFPA. Ele se diz muito satisfeito de participar do projeto e do contato com os jovens de escolas públicas que o CineClube proporciona. “Pra mim é uma experiência muito enriquecedora, como magistrado da Justiça do Trabalho e estagiário do projeto CineClube do TRT8/UFPA. Essa convivência com os meninos das escolas públicas é muito enriquecedora para minha vivência pessoal, mas principalmente profissional, porque essa sensibilidade social que o juiz do trabalho deve ter é reacendida nesse momento quando a gente tem esse contato com as crianças, principalmente aquelas que são mais carentes, que são alunas de escolas públicas”, finalizou.
Ao final da exibição dos filmes, que ocorreu no auditório do TRT8, alunos puderam perguntar e fazer sugestão para as diretoras do filme Marajó das Letras, que estiveram presentes na sessão do Cine Clube. Além disso também estiveram presentes as coordenadoras da Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT8, Zuíla Dutra e Vanilza Malcher.