A Corregedoria do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região iniciou esta semana o projeto de Diagnóstico Organizacional das Varas do Trabalho, que tem como objetivo produzir um relatório que irá subsidiar o Planejamento Estratégico da Corregedoria e dos planos de contribuição das varas do trabalho que integram a JT da 8ª Região. O projeto foi iniciado pela 15ª Vara do Trabalho de Belém e se estenderá também a varas de fora da sede. Idealizado pela Corregedor Regional, Desembargador do Trabalho Gabriel Napoleão Velloso Filho, o diagnóstico está sendo realizado com o apoio da SEGEP e SEGES, por meio de uma equipe multidisciplinar.
A metodologia utilizada durante o Diagnóstico possui várias etapas, iniciando pelo esclarecimento dos objetivos do Projeto, em seguida são apresentadas as diretrizes e metodologia de aplicação, no terceiro momento a Psicóloga Úrsula Gomes apresenta a aplicação da metodologia para a identificação das causas de estresse. No quarto momento são apresentados os macrodesafios do Poder Judiciário para os próximos anos, em seguida ocorre o momento de execução do diagnóstico, com a realização do Brainstorming onde é levantado o maior número de ideias possíveis. Encerrando a metodologia, é realizada a Árvore do Conhecimento, onde são apresentadas as ideias produzidas pelos magistrados e servidores da Vara.
De acordo com o Corregedor Regional, a metodologia objetiva fazer com que as próprias unidades judiciárias participem das medidas que serão tomadas para melhorar sua gestão. “Entendemos que a gestão do Judiciário tem que ser democrática e participativa, e que é necessário facultar às pessoas que são administradas, os nossos companheiros servidores e magistrados, para que possam expor seus anseios e participar da formulação de soluções. O Judiciário é formado por todos nós e a nossa ideia é que todos possam participar da nossa gestão”, ressaltou. Visando realizar um diagnóstico aprofundado, foram escolhidas algumas Varas do Trabalho que comporão uma amostragem.
O projeto tem como foco a saúde de magistrados e servidores, e os resultados produzidos pela instituição. Na realização do diagnóstico, os pontos abordados são a saúde e qualidade de vida de servidores e magistrados, o aperfeiçoamento do PJe, a gestão de grandes litigantes, o gerenciamento de demandas repetitivas e o aprimoramento das atividades em sala de audiência. Ressalta-se que o projeto está alinhado à Resolução 194/2014 do CNJ e aos Macrodesafios do Poder Judiciário para o período 2015-2020.
De acordo com a Juíza do Trabalho Titular da 15ª VT de Belém, Paula Soares, para o Judiciário há muito tempo vem sendo colocado que o maior problema é gestão, porque se tem que administrar processos e pessoas, não só os jurisdicionados, mas especialmente servidores e magistrados. Diante disso, destaca a importância da proposta da atual Corregedoria, voltada para a saúde no meio ambiente de trabalho. “Recebemos a primeira visita com muita felicidade e a experiência multidisciplinar foi muito importante, porque a administração da justiça hoje é uma questão de inteligência, onde a corregedoria está incorporando a inteligência racional, que é muito importante para administrar os processos, a questão das metas e números; está administrando a inteligência emocional, muito importante para administrar a preocupação com o próximo, a empatia que precisamos ter para saber o que nossos colegas estão precisando, para que possamos trabalhar a saúde em equipe; e está trabalhando com a inteligência espiritual, não só de cada unidade, mas a preocupação de cada unidade para se manter em harmonia com as demais, inclusive para distribuir melhor servidores, juízes e equipamentos”, afirmou. Ressaltou ainda que “se está vivendo um processo histórico, onde se tem que trabalhar os processos sem abalar a saúde das pessoas, porque um corpo adoecido dificilmente terá forças para ajudar a sociedade”.
Para a Juíza Titular da 7ª Vara do Trabalho de Belém, Maria de Nazaré Medeiros Rocha, cuja unidade também já participou do Diagnóstico, a experiência foi extremamente importante para auxiliar na identificação dos problemas vivenciados e pensar soluções. “Fiquei muito feliz de poder participar desta dinâmica que escuta o público das Varas para tentar diagnosticar os problemas, visando alcançar a solução. No dia a dia, com a demanda e a velocidade de trabalho, nós que estamos na linha de frente muitas vezes não percebemos quais as nossas dificuldades, justamente por conta da velocidade dos acontecimentos e desta resposta mais veloz que temos que dar. Então, este momento em que a Corregedoria vêm até as Varas e pergunta quais as nossas dificuldades, nos ajuda a identificá-las. Este break foi muito importante, achei esta ideia fantástica e espero que isso continue nas próximas gestões, porque, em primeiro lugar, nos ajuda a identificar os nossos problemas, e com o dinamismo da sistemática implementada, que é bem objetiva, a gente começa a pensar nas soluções”, afirma.
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