Juiz do TRT8 faz pesquisa sobre o nível de saúde e bem-estar na JT

— Foto: ASCOM8

 

O Juiz do Trabalho Francisco Milton Araújo Junior, titular da 5ª VT de Macapá, realiza uma pesquisa nacional sobre o nível de saúde e bem-estar de magistrados e servidores do Judiciário Trabalhista.

O levantamento é parte do trabalho de doutorado em Saúde e Segurança Ocupacional, na Universidade do Porto, em Portugal, e pretende analisar a realidade psicossocial de quem atua no Judiciário Trabalhista. Mais de 400 servidores, de vários TRTs, já responderam ao questionário, que está disponível na internet. 

Os quesitos estão divididos em quatro etapas: I – Dados Socioprofissionais; II - Versão Effort-Reward Imbalance Questionaire – ERI; III - Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9); e IV - Perfil de Saúde Nottingham. De acordo com o magistrado, a estrutura é validada cientificamente, o que possibilita maior credibilidade nos resultados.

O anonimato dos participantes é garantido. Para participar, acesse a pesquisa, até o prazo máximo de 30/11/15, no link https://docs.google.com/forms/d/1CA6CSHlEaD-4brXTdzzZr7Isn1etWcmLJrnYpMBlv0E/viewform

Ela pode ser respondida até o próximo dia 30/11. 

A seguir, entrevista com o Juiz do Trabalho Francisco Milton, publicada no site da Anajustra.

Trabalho contemporâneo x saúde do trabalhador

“As mudanças no mundo do trabalho contemporâneo, com a implementação das novas formas de gestão, disseminação das novas tecnologias da informação, as alterações das características dos espaços de trabalho e as intermináveis crises econômicas têm gerado repercussões diferenciadas na saúde do trabalhador. As mutações organizacionais também têm encontrado cada vez mais espaço no serviço público, inclusive no Judiciário Trabalhista, com a fixação de metas, gestão de qualidade do serviço público e a crescente utilização do processo judicial eletrônico (Pje), o que vem proporcionando a elevação cada vez maior do esforço psíquico dos trabalhadores”, analisa o pesquisador.

Ele conta que vivencia essa realidade em seu local de trabalho e que, diante dela, percebeu a necessidade de aprofundar as pesquisas sobre os impactos do ambiente laboral do Poder Judiciário Trabalhista na saúde dos servidores e dos magistrados.

“No Poder Judiciário Trabalhista, não resta dúvida que essas interações e os respectivos impactos das condições de trabalho na saúde dos trabalhadores efetivamente existem, porém ainda não se tem dados que possam indicar e dimensionar essa importante temática. Nesse sentido, nos propomos a enfrentar esse desafio de indicar e dimensionar os principais impactos do ambiente laboral do Poder Judiciário Trabalhista na saúde dos servidores públicos e dos magistrados e revelar de forma mais aprofundada a face real saúde desses trabalhadores”, defende. 

Desafios

Conforme Francisco Milton, são três os principais desafios quando se fala em saúde e bem-estar: “desenvolvimento da cultura prevencionista das lesões físicas e mentais a partir do reconhecimento de que todas as atividades laborais envolvem riscos e, por esse motivo, devem ser antecedido de medidas prevencionistas que identifiquem antecipadamente os riscos e, escalonadamente, adotem medidas de controle dos risco como forma de proporcionar o bem-estar dos trabalhadores; conscientização de não é o trabalhador que deve se adaptar ao ambiente laboral e sim o inverso, ou seja, as tecnologias devem ser utilizadas e adaptadas para gerar conforto, saúde, higidez e segurança no ambiente laboral; disseminação da interação e do diálogo entre todos os profissionais envolvidos nas atividades, como forma de se potencializar as capacidades dos trabalhadores dentro do equilíbrio do binômio demanda (quantitativo de atividade (esforço físico e mental)) e recompensa (entendido como remuneração, comportamento ético e respeito da equipe).

Francisco Milton é doutorando em Segurança e Saúde Ocupacional pela Universidade do Porto, Portugal, e também mestre em Direito do Trabalho pela Universidade Federal do Pará - UFPA. Especialista em Higiene Ocupacional pela Universidade de São Paulo – USP. Professor das disciplinas de Direito do Trabalho e Processo do Trabalho na Faculdade SEAMA/AP e colaborador da Escola Judicial do TRT da 8ª Região — EJUD8. 

Com informações de : Site Anajustra