Justiça do Trabalho da 8ª Região: Há 75 anos ​​construindo a justiça social na Amazônia

— Foto: ASCOM8

 

​O mês de maio representa um marco para os trabalhadores ​brasileiros, não ​só por ser comemorado o Dia do Trabalho, ​mas por ser o mês em que a Justiça do Trabalho foi instalada. Criada com a função de pacificar conflitos oriundos das relações de trabalho, esta justiça especializada completa 75 anos em 2016. ​​​Em 1º de maio de 1941,​ ​em cerimônia no Rio de Janeiro, ​​quando ​Getúlio Vargas ​instalava a Justiça do Trabalho​ no Brasil​​ e,​ em Belém, era instalada a 8ª Região​ trabalhista, tendo como primeiro presidente o Juiz Ernesto Chaves Neto.​ Por isso, este mês​,​ a série "Belém têm"​, em ​celebração aos 400 anos da cidade, homenageia a Justiça do Trabalho​ da 8ª Região​, que há 75 anos​ tem sede em Belém. 

Inicialmente abrangendo toda a região amazônica, a 8ª Região trabalhista tinha em sua origem duas Juntas de Conciliação e Julgamento, uma em Manaus e outra em Belém. Desde o início, voltada a garantir a justiça social aos trabalhadores da Amazônia, a Justiça do Trabalho com o passar dos anos veio aprimorando sua atuação, deixando de ser apenas órgão conciliador e julgador, criando uma aproximação com a sociedade através de Programas que visam conscientizar, e consequentemente, reduzir a demanda que chega ​à​ justiça do trabalho.

Como exemplos desta atuação, que refletem um novo contexto de justiça, podemos citar os Programas Trabalho Seguro e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, do Tribunal Superior do Trabalho e Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que têm gestores regionais com atuações significativas. O Programa Trabalho Seguro, criado em 2011, atua em parceria com diversas instituições públicas e privadas com o objetivo de executar projetos e ações com foco na prevenção de acidentes de trabalho e ao fortalecimento da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho.

Na 8ª Região, que hoje abrange os estados do Pará e Amapá, o Programa vem desenvolvendo frequentemente eventos para debater o meio ambiente de trabalho na Amazônia, o trabalho precário, a segurança e saúde do trabalhador, programas de prevenção e proteção da saúde do trabalhador, entre outros temas. Além disso, desenvolveu campanhas nas redes sociais sobre mobilidade urbana e a prevenção de acidentes. Uma das ações de grande destaque, foi o desenvolvimento do aplicativo SimVida, ferramenta que permite a qualquer cidadão registrar situações de risco ao trabalhador, através do compartilhamento da imagem e informações sobre o local onde a situação está ocorrendo. Através dele um banco de dados é abastecido e as instituições competentes em atuar são munidas destas informações para que possam atuar dentro de suas esferas.​ O aplicativo está passando por análise do CSJT, que tem o interesse em torná-lo nacional.​

O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem, instituído também em 2012, busca sensibilizar sobre a importância de se combater o trabalho infantil como uma grave forma de violação dos direitos humanos. Na 8ª Região, as ações desenvolvidas ultrapassam os debates sobre o tema e a conscientização da sociedade sobre os males do trabalho infantil, estão voltadas também para a inserção de jovens em cursos de aprendizagem, como forma de estimular o trabalho legalizado para os jovens que necessitam trabalhar, e a articulação com outras instituições públicas e privadas para se coibir os casos de exploração infantil na região.

Coordenados por magistrados da 8ª Região, os Programas invertem a lógica do juiz enquanto julgador e o aproxima da sociedade, ​atuando ​como articulador e instrumento para a construção de uma sociedade mais consciente dos seus direitos e da importância de se combater as violações​ em rede de parcerias​.