Norberto Lavareda e as memórias de um Oficial de Justiça

— Foto: ASCOM8

 

Uma profissão de desafios constantes. É assim a rotina de trabalho dos Oficiais de Justiça. Todos os dias, eles saem para as ruas com ordens judiciais em punho e apreensões nos pensamentos. Não sabem o que vão encontrar, ou como serão recebidos pelas pessoas. Além de competência e profissionalismo, é preciso ter coragem!

Para o Oficial de Justiça do TRT8, Norberto Lavareda, a profissão é surpreendente e desafiante justamente pelo fato do profissional não saber o que poderá acontecer. E histórias interessantes não faltam.

Norberto Lavareda exerce a atividade de Oficial de Justiça há 23 anos e, durante esse tempo, construiu histórias alegres, tristes e engraçadas. “Tenho uma história em especial, a primeira da minha carreira. Acredito que é na primeira experiência que decidimos se iremos ou não seguir em frente com a nossa escolha”, afirmou.

“No ano de 1992, em Tucuruí, fui fazer uma penhora em um posto de gasolina, numa cidade chamada Breu Branco. Era nova, não tinha polícia e estrutura. Quando expliquei a situação para o dono do posto, que na época tinha uma dívida equivalente a 500 reais, ele abriu a gaveta, retirou um revólver e colocou-o em cima da mesa. No mesmo instante, fiz a penhora do revólver, não me deixando, assim, ser intimidado... mas explodindo por dentro. Quando comecei a escrever a penhora da arma, ele ficou surpreso e guardou o objeto”, conta.

O dono do posto resolveu, então, fazer um acordo e pagar a dívida trabalhista. Mas isso também não foi muito tranquilo! “A esposa não concordou e ainda enfatizou que, com o dinheiro gasto no acordo, mandava me matar na hora. Graças a Deus que o dono do posto aceitou minha proposta de pagar em partes a dívida e nada trágico aconteceu, por isso sempre digo que é uma questão de escolha. A gente não sabe o que vai acontecer, como vamos ser recebidos pelos réus, é sempre uma grande surpresa”, continuou.

O Oficial de Justiça conta que atualmente tudo está diferente. “Hoje em dia é tudo mais bem estruturado, contamos com carro e segurança quando precisarmos. Naquela época, era apenas eu e uma moto”, relembra.

Pela coragem, pelo serviço prestado e pelo amor à profissão; por tudo isso, gostamos de ouvir as histórias destas pessoas que diariamente fazem a nossa Justiça do Trabalho!