
Nesta quinta-feira, dia 25 de novembro, foi realizado pela Escola Judicial da 8ª Região, o último Cine EJUD8 do ano de 2021. Dezenas de Magistrados e Servidores do TRT8 assistiram à exibição do filme “Beijo 2348-72”. Logo após, houve uma explanação sobre os assuntos implícitos no filme, pelo curador e organizador do evento, Vanilson Fernandes, acompanhado pelo desembargador Gabriel Napoleão Veloso.
Na abertura do evento, o diretor da EJUD8, desembargador Walter Roberto Paro, parabenizou o Juiz Vanilson e relembrou as quatro edições do Cine EJUD8, além da posse de Vanilson como Juiz Titular da Vara de Xinguara, ocorrida no mesmo dia da sessão. Ele, por sua vez, agradeceu pelas felicitações e fez uma breve apresentação sobre o filme que seria exibido, lançada no ano de 1994.
O filme trata de um trabalhador que processa seu ex-empregador para anular uma justa causa aplicada por ter sido flagrado beijando uma colega - possibilitando uma discussão sobre assédio no trabalho. O enredo segue até que o personagem principal - Norival (Chiquinho Brandão) seja julgado no Tribunal Superior do Trabalho. A conclusão da obra, segundo Vanilson, “é uma crítica ao excesso de burocracia no judiciário brasileiro (...) e também à autoridade e morosidade caricata do magistrado do trabalho”. O filme é baseado em um processo real que ocorreu na Justiça do Trabalho.
Espectador do evento, o juiz do Trabalho Jayme Polachini Neto fez elogios ao filme e aos atores que o interpretaram: “A interpretação do Ministro Coqueijo Costa pelo ator Walmor Chagas mostra que o cotidiano forense também possui uma interface com o mundo das artes. É possível pensar, ainda, no diálogo entre o filme com a música 'É Preciso Perdoar', interpretada por João Gilberto e também composta pelo Ministro Coqueijo Costa, não por acaso chamado de 'numeroso Coqueijo' por Jorge Amado”, comentou.
Ao final da exibição, o debate começou com uma fala do desembargador Gabriel Napoleão, que narrou a visão de um magistrado trabalhista ao assistir um filme que retrata acontecimentos de sua linha de trabalho, refletindo a incontinência de conduta em relação a homens e mulheres: “Nos últimos anos, a incontinência de conduta aparece na Justiça do Trabalho por meio de assédio sexual, reprimindo as condutas femininas”, comenta o desembargador. O debate seguiu estabelecendo limites entre condutas cotidianas no ambiente de trabalho e o assédio sexual - incluído no caso de incontinência de conduta - por parte de um trabalhador.
De acordo com seu idealizador, o Cine EJUD8 retorna com suas exibições em 2022, seguindo curadoria que já foi realizada.